67 - Espermograma

Eu estava dentro do consultório, junto com Malu que estava me ajudando e com tudo na gravidez. Em pouco tempo, chamaram meu nome e eu entrei na sala da doutora Fernanda, que me atendeu com um sorriso no rosto, expliquei a situação a ela e logo começamos com todos os procedimentos. Após fazer meu ultrassom, pude ver meu bebê de uma forma minúscula e junto a minha amiga, meus olhos se encheram de lagrimas. Me assustei ao ver que eu já estava encaminhando para a oitava semana de gestação, e deveria estar tendo acompanhamento com a medica antes. Assim, fomos capazes de ouvir até mesmo o coração do meu filho. Foi inevitável não imaginar Luan comigo, mas tratei de deixar aquilo de lado e pensar mais em mim, e na criança que tinha em meu ventre. Finalizei minha consulta, já marcando a próxima e voltei pra casa.
...
Eu estava em casa, depois de ter passado o ano novo e mais alguns dias fazendo show. Acordei cedo, com minha mãe me informando que meu pai precisava conversar comigo, me deixando mau humorado, odiava acordar cedo ainda mais pra compromissos, poderia ter a tarde toda pra isso. Pra despertar, tomei um banho, me arrumando em seguida. Desci pra tomar café, apenas dei um beijo na testa de minha mãe e um "bom dia" pro meu pai
- Pai, o que preciso fazer com o senhor essas horas? São oito horas da manhã.. - falei irritado.
- Nós vamos fazer teu exame hoje, Luan!
- Que exame?
- O espermograma!
- Eu não acredito que o senhor... Eu disse que não queria fazer, pai!
- Filho.. Por favor.. - minha mãe pedia serena, provavelmente com medo de mais uma briga entre nós dois.
- Não tem mais Luan! Você vai fazer. Assim como a Júlia vai fazer o DNA, e se você for pai desse filho você vai assumir.
- Eu não sou pai daquele filho, caramba! Eu tenho 25 anos, tenho meu próprio dinheiro, trabalho, só moro debaixo do mesmo teto de vocês por consideração e agora não posso ter que opinar em nada na minha vida?
- De qualquer forma, você envolveu outra pessoa nisso! E continua sendo meu filho, Luan! É só um exame. Come que nós já vamos, não quero brigar! - meu pai disse calmo.
- Eu perdi o apetite, espero você na sala. - falei nervoso me levantando da mesa.
Minha cabeça chegava a doer com todos meus pensamentos. E se aquele exame desse que eu realmente podia ter filhos? O que eu faria? Júlia certamente estava me odiando. Mas não! Eu sabia que era estéril, não poderia ter filhos. Suspirei pesado quando meu pai finalmente me chamou pra que pudéssemos ir. Do caminho de casa até a clinica fui em completo silêncio. Assim que chegamos lá, meu pai pediu total restrição pelo "Luan Santana" estar presente ali. O exame ficava pronto em cerca de cinco dias, mas a ansiedade do meu pai era tanta que ele foi capaz de pagar para que ficasse pronto na parte da tarde.
- Pai, qual a necessidade?
- Eu quero que as coisas sejam resolvidas rápidas, Luan. - disse e eu revirei os olhos.
Fui pra uma sala, aonde precisava me masturbar com umas revistinhas toscas de mulher pelada. Revirei os olhos tentando me concentrar, aquela situação era pouco constrangedora. Depois de finalmente conseguir fazer aquela merda, chamei a enfermeira terminando os procedimentos. Voltei pra casa, ainda sem me comunicar direito com meu pai e subi pro meu quarto. Peguei meu celular na tentativa de me distrair e abri meu instagram, dando logo de cara com uma foto de Júlia que estava maravilhosa. Me peguei quase babando ao ver aquilo. Seus peitos estavam maiores, certamente pela gravidez. Seu decote mostrava isso. Meu olhar desceu por suas pernas e por um momento apesar de tudo, eu senti falta dela, até mesmo do seu corpo junto ao meu. Sem me controlar, acabei deixando um like e salvei a foto em meu celular.

"Últimos ensaios... 🙊😰"

...

Depois de chegar em casa, logo Marcella havia chegado para que eu fosse pra um dos meus últimos ensaios, antes que minha barriga começasse a crescer. Tirei alguma fotos sensuais e umas comuns também, por fim adorei o resultado e peguei uma foto para que postasse. Coloquei com um aperto no peito avisando que era meus últimos ensaios e nem preciso dizer que a euforia foi intensa e quinhentas pessoas me perguntavam o porque. Optei por não dizer nada, e quando estava anoitecendo voltei pra casa. Comprimentei meus pais e minha avó que estavam no sofá e subi pro meu quarto. Meu sono era enorme, isso acontecia frequentemente. Fora que havia passado o dia todo enjoada, depois de tomar banho, me deitei enquanto olhava minhas redes sociais, até Felipe entrar no meu quarto sem ao menos bater na porta, com uma aparência que eu não sabia decifrar.

- Ué, o que foi? - falei sem entender.

- A gente precisa conversar.. Sei que você tá num momento super delicado da sua vida, mas, eu só tenho você, preciso dos seus conselhos - disse se sentando ao meu lado na cama, enquanto abaixava a cabeça, sorri com seu jeitinho 

- Isso não importa, Fê. Eu vou sempre estar aqui...

- Tenho duas coisas pra te contar, uma delas acabei de descobrir e você vai gostar. Mas primeiro..

- Diga logo, Fê! - dei risada deixando meu celular de lado.

- Bom, eu preciso da sua opinião. Do seus conselhos... 

- Disso eu já sei, para de enrolar.

- Eu quero casar com a Bruna, tata.

- Você o quê? Meu Deus!!! 

- É.. Eu quero casar com ela. Não tenho mais dúvidas que ela é a mulher que eu quero do meu lado! 

- Fê, você tá pirando, é sério..

- Se não casarmos, quero que vamos morar juntos.

- Vocês dois tem apenas dez meses de namoro, você tá com seus 19 anos, falta três anos pra se formar na faculdade, a Bruna 21. Não acha que isso é loucura? 

- Não, pelo contrário.. Acho que isso ajudaria nós dois. Íamos ajudar um ao outro, um casamento não influencia nisso. Só iríamos ficar mais próximos.. Entende? Eu quero ela sendo minha esposa.

- Meu Deus... Eu não - disse com meus olhos marejados

- Você não vai chorar né? 

- Eu só não to acreditando que meu bebê vai casar.. Logo você? Eu.. - disse sem segurar minhas lágrimas, fazendo ele começar a rir

- Hormônios da gravidez.. É que eu dou trabalho, tio. - Fê brincou passando a mão na minha barriga.

- Olha.. Se você quer, vai em frente. Pede ela em casamento e saiba que eu posso ajudar com qualquer coisa, se você ama ela assim, eu apoio, totalmente! Meus bebês.. -  disse lhe abraçando.

- Eu vou pensar em tudo, no pedido, e etc.. E vamos ficar noivos durante um tempo. Quero que saia tudo perfeito, vou arrumar alguns estágios, ou até serviço. Sei que o pai vai querer bancar tudo e até seu Amarildo, mas é meu casamento, quero poder ajudar. E outra, só caso quando meu xodó nascer. - disse apontando pra minha barriga e sorri. - Acredito que nos casamos no final desse ano, ou comecinho de 2018. 

- Acho ótimo seu pensamento, Fê. Tá certinho! Mas me diz o que tem pra falar - falei pegando meu celular e quase morri quando vi que havia uma mensagem de Luan. 

- Então, a Bruna me mandou mensagem a pouco tempo..

- Espera aí, Fê. - falei pra que pudesse abrir a mensagem já que estava curiosa pra ler.

"Sei que morre de raiva de mim. Mas, pode passar aqui de casa cedo? Precisamos conversar." 

Eu queria entender o que estava acontecendo. O que ele queria falar comigo? Porque só eu estaria com raiva dele? Esperava um "assim como eu." Ele havia abaixado a guarda de repente e aquilo me intrigava.

- Pode continuar! - falei olhando meu irmão.

- O Luan fez o espermograma.. - disse e naquele momento, meu coração acelerou de uma forma absurda. - O resultado saiu hoje mesmo, e sim, ele pode ter filhos. 

O olhei sem acreditar, minha boca havia secado, e meu estômago começava a revirar. Sem dizer nada corri pro banheiro do meu quarto colocando tudo pra fora. Aquilo já era uma coisa comum, mas meu susto era tanto que com certeza, havia colaborado. Era a partir daquele momento que as coisas iriam começar a mudar.. Eu só não sabia, se era pra melhor ou pior.

Oi amores! Espero que tenham gostado do cap. O que será que o Luan vai fazer agora? Sugestões? Comentem bastante.. Quem quiser participar do grupo do whats deixem nome com DDD e numero nos comentários. Bjs!